Páginas

quinta-feira, novembro 02, 2006

Oceano de Beatitude

Oceano de Beatitude...

Quando a mente silencia, a consciência penetra no grande silêncio...
Quando os sentidos se fecham, a percepção se abre para o grande horizonte...
Quando o coração se acalma, a flor da compaixão finalmente desabrocha...
Quando o Ser se abre, os raios de luz surgem, como o nascer da aurora...
Quando o espírito se vê, ele contempla finalmente o verdadeiro Ser...
Quando a atenção é direcionada, a consciência a tudo pode e percebe...
Quando a respiração é controlada, o milagre finalmente acontece...
Quando o Ser torna-se senhor da própria mente, o primeiro véu cai...
Quando o coração desabrocha, o segundo véu se vai...
E quando finalmente, o atman descobre-se plenamente,
Nada mais existe... Apenas Ele!

A iluminação é o processo de descobrir a grande luz que mora no âmago do Ser. É a aurora matinal, que acaba com as sombras do crepúsculo e leva para longe as brumas da ilusão. Quando a iluminação acontece, o Ser finalmente compreende sua real natureza. Isso é o fim de Maya, a contemplação da verdade.

Mas a verdade só pode ser contemplada por um coração puro e uma mente adestrada. Por um desejo ardente de conhecê-la e sentimentos sublimes em relação ao mundo. Por uma consciência armada com a espada do discernimento e uma vontade firme e disciplinada na senda da meditação.

O irreal é transitório. Passageiro, são castelos de areia construídos a beira do mar. Não resistem ao primeiro sopro da Mãe Tempo. Mas, os tesouros da Consciência, do Amor e do Ser são eternos. Castelos brilhantes, que deslizam sobre as nuvens.

Benção do Todo. Presença do infinito. Perenes, sublimes e serenos. Eternos no oceano de Ananda.

Busca e desperta, alma amiga! Deus e você são Um só, esse é o maior legado dos mestres realizados. Quando sua consciência mergulha no oceano beatífico, já não mais existe a consciência individualizada, apenas a grande consciência coletiva. Esse é o chegar da aurora matutina. O toque da Mãe Divina. O verdadeiro despertar...

O Atman criou asas, e pelo topo da cabeça mergulhou no Eterno...
Simples gotinha, que voltou ao oceano cósmico de bem-aventurança.
Quem sou eu? A gota?
Não, não, isso não...
Dilui-me na imensidão de Brahman;
Perdi-me na vastidão da bem-aventurança;
Sou o Oceano!
Eu sou Ele, Ele sou Eu...
Eterna e placidamente
Na totalidade da existência...

3õ OM TAT SAT 3õ

Fernando Sepe, inspirado pela bela Ananda – 19/09/06 – 01:42 A.M.

0 comentários:

Text Widget

Text Widget